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Como a empatia impulsiona a cultura de inovação nas empresas

Falar de empatia sem cair em clichés é o desafio que enfrentei ao escrever este artigo. Começo então descrevendo sobre o que este artigo não se refere: utopias corporativas, “abraçar a árvore” ou discursos impraticáveis. Feita a ressalva, vamos lá.



O que é empatia


No dicionário Houaiss da língua portuguesa, a empatia é descrita como o processo pelo qual um indivíduo se coloca no lugar do outro, tentando compreender o comportamento do outro com base nas suposições ou impressões próprias dele. A raiz da palavra vem do grego “empatheia”, que está ligado à paixão e costuma ser traduzido como “ser muito afetado”.


Ou seja, a empatia é uma habilidade sutil que se refere à capacidade de se colocar no lugar do outro a ponto de perceber determinado contexto sob o ponto de vista dele, deixando em segundo plano as nossas próprias opiniões e julgamentos. É sobre, por um momento, priorizar a perspectiva do outro em detrimento da sua – compreende como é desafiador?



Da empatia à cultura de inovação


No livro “A coragem para liderar”, Brené Brown argumenta que a vulnerabilidade e a empatia são essenciais para criar um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem seguras para expor suas ideias e experimentar. E esse ambiente de segurança psicológica é crucial para a inovação, pois quando os membros da equipe não temem ser penalizados por falhas, eles são mais propensos a assumir riscos e inovar.


Nessa mesma lógica, no artigo anterior apresentei os pilares da cultura de inovação e mencionei a importância da criação de ambientes de confiança: se as pessoas não se sentem seguras, não vão ousar, arriscar ou experimentar novos caminhos. Portanto, não haverá inovação.


E é exatamente a empatia o alicerce para a construção de ambientes psicologicamente seguros. Repare só nessas situações hipotéticas, de pequena escala, que poderiam acontecer com qualquer um de nós:


Situação: você como líder precisa fornecer feedback a um funcionário cujo desempenho caiu recentemente.


Empatia em ação: em vez de criticar diretamente, você começa a conversa perguntando ao funcionário como ele está se sentindo e se há algo fora do comum que possa estar afetando seu desempenho. Ao mostrar preocupação genuína, você cria um ambiente seguro para discutir problemas e buscar soluções juntos, fortalecendo assim sua relação com ele.


Consequência: o funcionário passa a se sentir à vontade para compartilhar o que sente e pensa. Quando percebe uma oportunidade de melhoria em determinado processo de trabalho, não hesita em criar e propor ao time uma solução para a questão.



Situação: dois membros da sua equipe estão em conflito árduo sobre uma tomada de decisão de projeto.


Empatia em ação: assumindo o papel de facilitador, você os reúne e incentiva cada um a expressar seu raciocínio e ponto de vista. Escuta atentamente e reconhece a validade dos sentimentos de ambos, ajudando-os a encontrar um terreno comum e colaborativo. Isso não só resolve o conflito, mas também fortalece a confiança e a colaboração na equipe.


Consequência: todos os membros do time percebem que o diálogo e a colaboração tornaram o trabalho mais ágil e criativo. Passam então a intensificar as práticas de criação colaborativa, levando a resoluções excelentes para problemas que há tempos atormentavam a empresa.



Situação: um cliente te liga revoltado culpando você pelo serviço mal prestado, quando na verdade houve uma grande falha de comunicação por parte dele mesmo.


Empatia em ação: em vez de apontar as falhas de comunicação do cliente logo de cara, você o escuta com atenção e faz perguntas com o intuito de entender melhor o ocorrido e os possíveis gargalos. Diagnosticado o problema, você assume a responsabilidade e resolve a questão, mesmo não sendo “culpa sua”, e reconquista o cliente.


Consequência: a escuta ativa para com o cliente fez você perceber lacunas na jornada de atendimento. Logo em seguida, você mobiliza seu time para redesenhar essa jornada e, assim, garante uma melhor experiência para todos os clientes.


A empatia leva a relações de confiança, ao diálogo aberto, à criação colaborativa e à inovação.

Em situações pontuais como as que mencionei, criam-se círculos virtuosos onde a empatia leva a relações de confiança, ao diálogo aberto, à criação colaborativa e à inovação. Em escala, quando somamos o impacto dessas ações, se cria um clima organizacional de segurança psicológica que favorece a cultura de inovação em toda a empresa, além de elevar o engajamento dos funcionários, diminuir a rotatividade e aumentar a satisfação dos clientes.


Geração de valor para as pessoas e resultados de negócio caminhando lado a lado.

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